Toda vez que você me pede uma cor
Que eu não sei fazer.
Eu quero morrer.
Toda vez que eu avanço
rumo à noite
mas sem nela
me desfazer.
Quero morrer.
A cada dia consumido
A cada segundo mordido
e remoído.
Eu preciso.
Já não posso ficar.
Meus olhos doem sozinhos
e nisso
sequer satisfeitos estão.
Fazem então com que eu olhe de maneira torta
para todas as coisas que precisam de uma decisão.
Já não aguento ficar de pé
ou sentado
e o meu sonho
meu desejo
meu desespero
é poder dormir para sempre.
Por isso quero morrer.
Pois a manhã que já chega está repleta de agonia
Nela e através da mesma
preciso ir vivo como quem prossegue cheio de vida
Tenho que ir íntegro
quando na verdade
tudo em mim
é ruína.
Eu quero dormir
Não morrer.
Quero sumir
E não deixar
de viver.
Quero apenas o descanso
para entender
com clareza
o tamanho do meu cansaço
o excesso do meu sofrer.
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