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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Meu pai

Se é que o conheço
Hoje é quase tudo aquilo
que eu não desejo ser
quando crescer.

E olha, não me falta orgulho
amor ou reconhecimento
Tudo é claro na minha cegueira

É só que nos perdemos.

Nos perdemos um do outro
ou sequer tenhamos nos tido
algum dia.

Registro isso aqui para marcar
nossa falência recíproca
Cigarro no carro sem vento
O som dividido e não misturado.

Pai,
escrevo porque talvez esteja fraco
ou vencido para nos refazer.
Escrevo para tentar não esquecer
que esse cara do outro mundo
Talvez ainda queira ser
E estar com você.

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