Resta uma perna
em coágulo exposto.
Resta uma mão
despedaçada
mas firme sobre o solo
seco e solto.
Resta um sorriso
em dentes desmembrado.
Resta um suplício
sem áudio
sem agudo grave
ou medo expresso.
Transvestida
re-inaugurada
Ela desfila sobre as partes
segura de sua necessidade
de nossa necessidade
nela ali
concentrada.
Não corram,
olham os olhos lentos
rumo à nova morada:
és o princípio mais incerto hoje
és a segurança mais pouco
clara.
Eis-me aqui:
disposta ao que fizerem de mim.
E zomba destemida
ciente de que sua morte
é nossa azia.
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