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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Uma música para Ana

A minha voz fraqueja, mas eu preciso tentar. Eu preciso curar, isso que aqui ainda é espasmo, tentativa arrastada de se continuar. Estou de peito aberto, os tiros já não me podem furar. Tudo aberto, eu me pergunto agora o porquê de você não querer entrar.
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Deixo que toquem este violão. Que teclem este piano. Este corpo seu que hoje não está aqui, eu deixo ir. Eu deixo partir, eu tento pelos segundos escrever de novo a minha necessidade de ti. Eu tento ir nisso compreender o que está impossível, eu devo dizer, impossível.
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Venha agora. Pela noite, pelo vento, venha a qualquer custo em qualquer hora venha neste momento. Eu preciso. Eu resvalo este silêncio eu o pingo, feito o café neste exato instante, sendo feito, sendo filtrado, sendo criado. Uma obsessão a conta gotas. Onde cada pingo sinaliza o desespero, que se constrói mais e mais a cada dia sem você.
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Aberto, eu estou, joelhos, preciso de ti. Onde estou? Ana. Onde estou? Ana, me escutas? Estaria eu no ar, voando voando voando sem te encontrar? Sim. O amor é o fim. Foi onde chegamos. Onde eu estou. Onde estou e que talvez seja onde não quero estar.
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Uma música para ti, uma música que resvale e me faça acreditar, Ana. Acreditar no impossível. Acreditar, nas reticências. Deixe tocar, deixe repetir, deixe-a cicatrizar.
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