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sábado, 1 de agosto de 2009

in.falível

distancia sim, que vendo de longe o que passou, você acaba percebendo, que faz sim parte do tempo
distancia um pouco mais que pesa no peito, pesa aqui dentro, o valor de suas escolhas
vai indo e vai rindo sempre no corpo mais um remendo vai assim seguindo que você verá
há sim otimismo capaz de se procriar

ponha as coisas no colo, no devido tempo
cultive a mesmice não com o mesmo
mas com outro afeto, afeto é mesmo algo que dá o sustento preciso

hoje eu longe vejo que o mundo é maior do que algum meu colapso
eu hoje vendo na rua certas coisas que dentro eu não faço
e isso me ameniza, cria em mim alguma ordem capaz de seguir
isso eu hoje olho e a sujeira vai mais além daquela que pensei deter

parece que os amores estão morrendo
mas agora vejo que dentro de mim eles habitam
eles resistem sobrevivem eles são a própria virtude
ser amante é ser destino
é ser cravado no tempo é ser necessidade eu preciso

hoje vendo aqui de longe
eu percebo como o mundo desespera mais alto
como diante das minhas coisas com meu olhar
tudo vai se entortando e por isso está sendo incrível hoje eu me afastar
eu longe das minhas doenças, longe do quarto da sala da casa
eu longe do mesmo café de cada dia
eu descobrindo pelo mundo outras possíveis azias
outras possíveis magias que meu olhar
eu sinto agora eu vejo
era incapaz de deter

fica, eu peço outra vez
o nosso problema é com a partida
por isso eu peço, outra vez
fica mais um segundo
que a gente faz de novo
errando sim de novo também
mas indo num só impulso e acertando o que vem a seguir

eu nem sei o que vem
eu nem sei, importa não saber
importa seguir feito cego seguir não fingindo
mas sentindo que venha a ser o não compreender
(bocejo: é pura existência)

se eu te peço hoje fica
é porque alguma ânsia corrói as certezas
e me faz ser diferente (da mesma forma)
importa ficar
persistir nas poças
durar
ser mais osso e menos carne
ir devorando pelos instintos e acordando
sempre mais
e mais tarde

acordando sempre na hora de uma próxima refeição
outro dia eu acordei na sesta
e vi meus pais tirando um cochilo
outro dia eu acordei na sesta
e todos dormiam
eternamente dormindo
num silêncio de há séculos
fica
que eu divido essa poça com você
fica que juntos a gente inventa esse novo alvorecer

se hoje eu te peço algo assim tão concreto
- o seu ficar -
é porque há clareza no verbo
há clareza no peito a transbordar
e eu mais outra vez me permiti ser
justo o que sou
a complexidão infinita
íntima
imprecisa
in.falível.
.

Um comentário:

Vanessa Gomes disse...

Di, eu preciso ficar repetindo: lindo?
aiiiiiii...suas palavras me completam
me deliciam
me tão paz
vontade
de escrever
viajar
ir além
e sonhar!!!
Adoreiiiiii...te amoooooo mto menino!!!

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