Pesquisa

quarta-feira, 27 de abril de 2022

No meio da cidade

Caminho até parar
Sobre um banco me sento
A cidade que me perdoe 
Mas foi preciso parar. 

Andar por andar andei bastante
Parar com convicção, no entanto 
E no meio da cidade,
É coisa deste instante. 

Nem tanto para observar 
Nem bem para descansar 
Para no meio da cidade para 
dar ao corpo a possibilidade do parar. 

Pois quantos movimentos já não acontecem
A despeito do se movimentar? 
Quantas ações, quantos gestos, 
já não acontecem sem acontecer? 

Parado no meio impreciso desta cidade
Não espero nem procuro, apenas duro
Sem desejo algum sem volúpia 
Sou menos que a paisagem

No entanto
Já não há exigências 
Existo tranquilo como a pomba
A cinza, o ladrilho, como a tarde. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário