É que quando escrevo você não quero dizer você.
Quero dizer da ausência
quero dizer do meu medo endereçado ao nada,
apenas para purgar minha ignorante e tenaz
vergonha em ser homem.
Quando escrevo você
[ e nem quando digo ]
quando escrevo “você”
eu não quero te dizer
eu digo apenas
e mais uma vez
de novo
a impossibilidade concreta feito carne que é não te ter.
Profusão de aliterações
o mundo amanhace misturado
e eu
sobre lençóis e em lençóis enrolado
Me perco de novo
daquele por quem em poesia
CLAMAVA AMOR.
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