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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Tramor

Primeiro dia do mês
e eu aqui, ansioso pelo reencontro
Faz tempo
mas não tanto
Entorno a garrafa de vinho
como se cuidasse do abandono
Não pode haver nada mais especial
do que isto
Isto
nome incapaz de resolver o tremor

Você chega
eu faço o quê?
Mordo?
Abraço?
Danço?
Te agarro?

É bonito
o lugar do corpo
quando não há lugar
tamanha a quantidade
de tremores

Traz, meu bem
o seu corpo
a sua chegada, vem
Fica aqui
que desde um mês atrás
eu sigo faxinando a casa

Tudo está aqui
intacto
Meu peito mesmo
coitado
Está sozinho
está abusado

Culpa sua
Culpa boa
Culpa branca
ansiosa por ser remexida
e tornada rubra

Venha,
que ansioso estou pelo reencontro
Ansioso estou pelo que ainda não fizemos
mas, sobretudo,
pelo o que já sabemos entre nós correr solto
e preso
E aqui
e antes também

Venha, meu bem
Que isso que nos fizemos
faz bem.

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