Nem sei porque fujo das palavras acentuadas
Talvez porque elas evidenciem algo que salta
Por sobre
Por cima
Da palavra crua
Nua, descarada
Nem sei porque nunca me dei com mentiras
Talvez porque elas queiram sempre
Exigir-me intrigas
Aqui
Onde o normal
Sobrevive como casa morna
E retinta
Nunca disse cala-te
Porque a palavra que nomeia o verbo
Exige-me imperativa tinta
Hoje
Durmo ciente do que jamais revelarei
Em sonho
Como saber?
Talvez eu esqueça do que desejo esquecer
Nem tente entender
Nem sinta derrota
Ou arrepios
Bom, meu bem
Que enigma isso,
Isto
De amar
Num reino
De patas
Cortadas
Premer
Prensar
Morder
Longe
Distante
Estrada de ar
Entre.
Farei-te sala.
Mesmo que sem luar
Guardarei tu no aconchego do meu universo
Desgrilhado.
Bom
Bem
Venha,
mas com cuidado.
Estou suscetível a você.
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