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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Areia

Como pista
pelo cômodo
navega livre
lembrança pontual
de quem já foi

Como jogo
oscila inteira
sem cheiro
marca feita
para esquecer

Voa se forte venta
por entre os passos
desorienta-se
e segue inerte
guardando tempos idos

Fica
ele a pede
olho no ponto
ele a pede

Fica
neste domínio
mantenha o gosto
abrigo da pele
sobre a qual pousaste

Fica
ele a pede
com o sal do mar
domingo à tarde

Fica
pela casa
cômodo cozinha
banheiro quarto
cova em cinzas

Sua presença
inerte e invisível
me conforta:

dá-me certeza inviável
de que houve alguém
cá comigo.

Fica, grão estrelado
sem luz própria ou
sequer brilho

Ele te peço
Fica pela casa
Fica comigo.

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