primeiro, eu creio
e nisso de crer
primeiro pesa em cima
para depois despencar
e morrer.
primeira pela cabeça
diz o corpo
pela boca
que também lá em cima
agoniza.
primeiro no topo
depois desce ao queixo
ao peito nu sem remendo
ao sexo árido e vil
desde tudo
até às unhas inflamadas dos pés
sem lã.
se morre primeiro pelo topo
congestionado
de tanto pensar
esfumaçando a existência
já sem ar
para rir de si próprio
ou mesmo para si
desautorizar.
pelo topo
primeiro
depois
resta tudo
intacto
sobre o chão imundo
clamando
sarcófago.
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