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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mesmo em Sonho

Estatizar
para conter o segundo
e não gastar,

nada, nem o brilho
ficar dentro retido
e bailar somente
em febre
(devaneio entre pelos
e pele)

Ficar duro, comprimido
deixar doer o que não gritava
deixar morrer o que pede abrigo.

Sim, ela olha o meu corpo
Você precisa de abrigo?

Eu estranho, eu não realizo
Eu preciso de outra coisa
ela retrocede
Precisas de abrigo?

Não, eu não compreendo
ela volve o corpo ao fundo do quarto
ela dentro do quarto fica maior a cada passo
a luz acentua o nosso risco
Precisa, né?

Diz em tom singelo e cortante
Eu não compreendo
como posso não compreender o que eu preciso?

Ela diz, distinta
O que você precisa é justo aquilo que ainda não sabe.

Vem aqui, a mão dela me invade
E conserta o peito
e seca o pranto seco
e retoma a direção dos olhos
e faz tudo como deve ser feito

Mãe,
que bom te ter aqui
que bom ser teu pedaço
que bom você poder
- ainda -

me dar jeito.

Ela parte.
Ele fico sobre a cadeira sem tanto medo de me erguer
e abrir a janela.

Chove tanto nessa madrugada.
Ainda bem que você veio.

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