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domingo, 15 de agosto de 2010

CHARGE

meus olhos querem dormir

mas meu corpo tem sede

e inda fome

e inda chama

por corpo outro que não tem nome
que não tem corpo

corpo despovoado
gota d’água pingando

eu aqui dentro do quarto.

pausa.

posa.

possa

ser o que se anuncia

duvidar de toda e cada esquina
mas seguir com insegurança
trepidando a verdade

trepidando a tolerância

não

sim

talvez

(silêncio)

não vou abrir

quero do meu jeito
eu tento agora anunciar
o destino fracassado do meu peito

sim,
careço de transformação

será preciso dizer isso dançando?

será preciso não mais poesia
e somente agora
dança?

sairei.
do quarto
(para fechar a torneira)

da cama
(para gozar solto ao vento)

sairei

para voltar
carregado
nem que por enquanto somente por dentro
feito pilha

preste a melar.

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