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sexta-feira, 11 de junho de 2010

QUANTO

vais cortar o que agora
para continuar vivo?
vais secar qual rio
enferrujar qual faca
para durar mais uns dias?

eu te pergunto
tudo isso que em você
já faz rima.

as coisas nessa acomodação
apoderaram-se de ti do seu corpo
és você, pequeno
já todo indefinição

contigo rimam vinhos
vertem rios e precipícios
os quais não se classificam
e tudo é doce como a manhã
e tudo corrói como o destino.

eu te pergunto
quantas mais horas matarás
para sobreviver neste segundo
indo
como quem segue não porque segue
mas porque morrer não lhe parece destino?

quantas?
quantos?
em quais partes
de quais tamanhos
sob quais formas
seus sonhos acordarão
amanhã
medidos
encaixados
com as asas podadas
para caberem nesse ritmo
enlouquecido
que se tornou sua existência.

eu te pergunto quantos?

quantos segundos morrem em ti
para que uma única hora em você
aconteça?

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