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domingo, 20 de junho de 2010

inteiramente pausado

estou parado. a poesia em mim sobrevive no dia. sobrevive nas coisas dispersas pelas ruas, sobrevive em toda e cada esquina. mas se tento aqui trazer algo deste caminho, sobro. resto, inoperante me desespero. em vão. não vai ceder. encontro forçado não é possível. eu cansei de me forçar a dizer, se belo ou não, já não quero mais saber. deixa, que ela há de voltar. deixa, que um dia eu acordo e cismo que nasci para poetizar. um dia, eu não sei, quem sabe eu acordo e as peças já tenham se encaixado. por agora, no entanto, não. sobrevivo no dia-a-dia. cruzo as ruas. olho as meninas e os meninos. tudo está tão disperso, eu não condeno o mundo, eu com ele convivo. mas não. juntos já não conseguimos escrever rimas fáceis. juntos não conseguimos sequer uma estrofe. nada. ao menos, sobrevivemos. ele com suas esquinas. eu cá só, sem menino ou menina. no tempo da solidão. tentando entender o que possa ter se tornado o meu peito, a minha vocação. isso. tentando entender o quem sou eu neste mundo. o que sou eu sobrevivente além das esquinas, e ruas, e coisas, e meninas meninos…

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