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sábado, 22 de janeiro de 2022

Não te espanta

A facilidade com a qual você junta uma palavra na outra e faz uma sentença dessas.

Eu fico perplexo, é um horror, uma coisa que nem sei.

Não te espanta? A facilidade com a qual você junta uma coisa noutra e pronto
disse todo embolado um monte de coisa bonita e estranha
bonita e estranha
É poesia, eu sei, você me disse, mas não te espanta?

Eu fico perplexo, mesmo, é um horror, um desassossego.

A facilidade com a qual você mistura isso com aquilo e diz sempre nesse tom
tem um tom sim, tem um quê de desafio, tem uma arrogância, você sabe
não te espanta isso, menino?

Eu fico assim, confesso, perdido, te olho e me lembro do teu avô, coitado
do silêncio que trazia consigo, não te espanta, que isso que você tanto escreve
possa ser tudo aquilo que até hoje não havia sido dito?

Eu fico perplexo, te olho, escuto seu leve grito, eu fico mesmo apaixonado
olhando para você e imaginando as voltas que você deve dar para justificar
a presença do poema em nossas vidas.

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