Eu espero poder escrever todas as poesias que vierem depois deste momento, com a mesma intensidade que há muito foi morrida. Eu espero mesmo. Engolir as linhas e dar nó em meu desespero. Não temo resolvê-lo. Desespero que funciona de verdade sempre dá seu jeito para retornar, sorrateiro. Vem no cheiro, na luz, na água que desce por dentro das paredes através dos encanamentos.
O desespero é tão meu amigo que a gente acabou se dando as mãos. E se eu corro, ele vem atrás. Amigo mesmo. Daquele que não parece prever no horizonte dissolução.
Sim, eu espero. Que o desespero deste instante não tenha nome e ainda assim me permita vivê-lo. Não me despeça. Fique em mim. Moro comigo.
Se eu estou bem?
Não se ele não estiver aqui.
Por isso, eu espero.
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