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sábado, 3 de setembro de 2011

apaziguar

semi cerrados
dobradiça
móvel

sala de estar
de dormir
pra dançar

vem, eu te chamo
você pode chegar
aqui é calma
é tranquilo
e seguro

mosquito não tem
silêncio duradouro
há soluços
rompendo o diáfano
da noite

palavras soltas
pedaços de jornal
de roupa
e fatias de queijo

vem, eu te clamo
pode chegar pesado
eu te esvazio
e te dobro ao meio

livros muito livros
contas a pagar
dobradas e enternecidas
nesta noite – a de hoje -

importa tudo
menos o saldo
menos o débito
sobretudo
importa hoje
o caldo
quente
na panela
estalando
o verão por vir.

vem, eu te espero
caso tu não queiras
hoje
eu vou
enfim
dormir.

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