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sábado, 18 de janeiro de 2014

Piscar de olhos

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Te vejo e suspiro
Abro os olhos e te perco
No dentro, eu já sei
Isso entre nós dois
É fato consumado.

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Amor, posso sentir seu abraço
Pela frente e pelo verso
Eu sinto
O seu cansaço
Sobre o meu
Forjando laços,

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Não eram estas as palavras a ti destinadas
mas é que hoje deu tudo errado
E eu continuo aqui
perdido entre a bagunça da casa
Quando você chegar
aí sim, haverá motivo
Para pentear o cabelo
passar perfume
E rachar o peito - ao vivo -
dizendo-lhe: vem, faz em mim
Aqui: seu abrigo.

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eu sou uma daquelas pessoas
sim, eu sou uma dessas
daquelas que por vezes são únicas
não porque são únicas
mas porque têm pressa

e se destacam
em solidão retinta

na frente do movimento
da passeata

na frente da fila
sou daquelas que irrompem
mal o dia se faz em dia

vês?
onde foste amarrar teu burro?

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e quando a saudade de ti me assalta
(como ontem ao deitar só
em nossa cama, esvaziada)

eu então apenas falo baixo
como se contasse segredo
ao silêncio:

que saudade de ti, meu amor

que saudadeee

e prolongo as letras
e espreguiço o corpo nu
desabitado

a saudade então me abraça
e pede, consciente:
descanse, menino

o teu amor, daqui a poucos dias
estará ao seu lado
e lhe dará

além de beijos
carinhos e abraços

barulho o suficiente para me esquecer.

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