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sexta-feira, 28 de junho de 2013

para quê?

poesia?

me olhou com uma cara impregnada de preguiça

para quê poesia?

fiz que não entendi
sutil, abri a boca lento
como se perguntasse

e então me olhou ainda mais fundo
e repetiu o embate

poesia pra quê?

e então juntei súbito os lábios
dentro o silêncio de mim guardado
olhei então fundo ao inquisidor

em meus olhos
ele viu que a vida se tratava
mais do silêncio

do que de rancor.

para quê?
ecoando
para quê?
ecoando
para quê?

eu jamais desistiria do silêncio.
é nele,
onde você baila inerte
e existe.
e existe.

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