Palavra enigma. Triste. Esbelta, sedutora e incompleta. Repetição de S. Um maiúsculo e depois mais dois, menores. Sempre Altos e Baixos. O que se esconde entre os vales do u, o vazio dos o e o cadeado do e?
Sucesso é coisa que inventaram para te fazer perder. Oscilo, subindo e descendo a descrença em empresa tão pouco amigável. Acho engraçado, minha primeira reação ao mundo - chamado Sucesso - foi a vergonha. Tive vergonha. Sorri para dentro. Fiquei confuso.
Há sempre uma sedução que precede o susto: de se descobrir capaz de amar o horror.
Tenho achado engraçado. Tenho achado importante. O sucesso? Não. O uso semântico e abstrato desse nome.
Silêncio. Que postagem atormentadora. Talvez nunca antes tenha escrito tal coisa. Não escrevi. É a primeira vez. Finjo tranquilidade. A mim mesmo, eu finjo. Mentir-se é importante. A bem da verdade.
Se sucessa um lá, outro sucessa cá. Seu sucesso é mais raso que o seu sexo. Preferiria sur sexo. Susexo. Ou mesmo um Sussex, aquele cigarro fino e longo.
Escrevo todo esse nada porque faz uns dias alguém me abordou, menino, que sucesso que cê tá fazendo. Me perguntei: estou fazendo? Como é isso? Quem disse que o que eu faço é sucesso? Que nome é esse?
Eu sou tão claro daquilo que tem por nome trabalho. Meu ofício, aquilo que desejo. Ai vem um desavisado, um acostumado qualquer, e me rotula desse nome esconderijo. Sucesso é seu cu, aberto e exposto na avenida. Sucesso é o tiro, a atravessar a cotidiana batida do dia.
Sucesso é uma palhaçada, inventada para vender revista.
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