e então eu sei
que sem seu som
eu nada sou
eu nada saberei
sentir ou sofrer
sangrar
ou sorver
nem café quente
nem chás gelados
eu não saberei continuar o dia
sem você aqui
e ali acá
e acolá
sacolé?
não saberei chupar
sucesso?
não saberei vestir
sobrarei feito legume no recipiente esquecido
que com o tempo
nu no tempo
vai se perdendo
até murchar
não saberei sequer
sorrir
vês?
sem seu som
sem seu suave som
cor de sono
meus dias nascem luminosos
e morrem saturados
os sóis hão de rimar apenas com solidão
e as unhas
no suicídio haverão de encontrar
seu destino
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