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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

u ó

estou sujo
sem saúde
sem beijo
nem compromisso
estou imundo
sem costura
sem roupa passada
usando o próprio lixo
estou sem norte
sem chão nem teto
nada me serve de limite
tudo que me obriga
eu menosprezo

estou sem saudade
estou sem tesão
estou sem gozar
estou sem desânimo
estou sem estar

eu hoje estou morto
com o corpo rangendo
com os olhos despertos
vendo sabe-se lá o quê
vendo sabe-se lá para quê

eu pergunto:

se um verso não vier abrupto e suspender este sarau de amarguras
vale a pena persistir?

vale a pena ficar?

Um comentário:

Flávia Naves disse...

por mais incestuoso que isso possa parecer, a verdade é que regurgito o seu vômito. tenho dito.

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