Como amuleto
sagrado.
Como algo que não costumo fazer
mas que agora
exige
solicita vida a cada segundo.
O que tenho a te dizer eu repenso a cada segundo
Por isso talvez demore
a lhe dizer
O que me faz ser
neste momento
o que tenho sido
O que me faz estar assim
tão impreciso.
É muito mais do que dispor estas linhas
mais até do que gastar nossas vidas
- no fim, elas desgastam-se mesmo -
- no decorrer, são feitas do desgastar -
Portanto,
não leia nada que aqui esteja
É mesmo espaço da poesia
e neste espaço
ela me coordena
ela me condena
quando diz algo que talvez eu não queira dizer
Porque o que é seu está guardado
ainda tem véu respeitoso
invólucro adornado
Tudo o que é teu
e que é nosso
com o tempo será gerado
aberto
despetalado.
Estou tão perdido quanto o começo de um fim não anunciado
Mas me divirto nessa perdição
e o meu tempo é todo tão abstrato.
Estou sendo, no gerundismo mesmo, assaltado
a todo o instante
por duros semblantes
e continuo
firme
mas perdido
Portanto
é desse meu tempo preciso
que preciso dizer
É nesse vagar incontido
que preciso ir me perder.
Aqui são só palavras
com todo o respeito
mas quando lhes der asas
sairão de mim
diretamente para seus ouvidos
Agora
há espera
não olvido
não cinismo
isso nunca
[...]
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