Julguei que já tivesse idade o suficiente para
escrever um romance.
Talvez pela certeza de morte, assolando a casa e
impondo poeira sobre os livros ainda não todo lidos.
Cruzei o olhar por sobre as coisas. Senti de
imediato um profundo desabrigo.
Dentro de casa. E ainda tantas páginas. Minhas deles
de quem quer que fosse. Eu julguei ser capaz de não mais escrever por pena de
mim mesmo. Quis revirar o mundo. Para ver se encontraria nele algo suspeito.
Capaz de me levar ao diante.
...
Não cruzei os dias de maneira indiferente. Fui
cruzando com calma. Como ocorre em dias extremos. Dias quentes. Faz muito calor
nestes dias. As sinapses se estressam antes do poema ser concluído.
Fica tudo poesia pela metade.
Metáfora precipício: escrevo ou durmo?
Dormiria.
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