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segunda-feira, 25 de março de 2013

Dói, Rio

Te ver assim
dentro de si
lacrado
Tão solto
e desprotegido.

Dói estar dentro
do seu ônibus
Pagar caro
o seu táxi
E mesmo assim
seguir temendo
o inevitável e vindouro
baque.

Doem os prédios
Doem os sinaleiros
Doem as pessoas
cruzando as ruas
tentando correr para longe
de seus desesperos.

Todos ou
quase todos
Sentem adentrando os olhos
Imagens vis
de selvageria governamental,

Todos
ou ao menos
Muitos

Sofrem diariamente
a dor que é não poder mais não ver
O crime de quem nos governa.

Torto
nasce febril
Delírio de armas
Delírio de tocas
de câmeras vorazes
denúncias expressas
Nasce vontade
de deixar perder-se o corpo
num embate pró-fim
de tamanho desassossego.

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