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segunda-feira, 11 de março de 2013

Mostarda

Não vou escrever minhas iras
(em versos, aumentadas)

Não vou declarar amor
(apesar de hoje estar amando
o Mundo)

Não, não vou

Escrever ofensas
ou explicações que aliviem o segundo

Resto, meio-operante
ciente do risco
Que é ter você por perto
e de mim tão distante

Lembro-me de muitas coisas
(de tudo o que a nossa história ainda guarda)

Mas sobrevivo inerte neste tempo
das vontades abaladas
dos sonhos não idos

Está tudo certo
(mais comigo
do que contigo)

Está tudo certo
porque eu sou parceiro
da escuridão

Minha máquina de fazer poesias
é sobrevida
Tolera o abismo
tal qual o sorriso
(que veio
ou não veio)

Ontem descobri seu medo

Hoje sobre ele escrevo

Sinto-me tão rei
quanto tu te sentes
nesse seu jogo fingido

Ontem descobri seu medo

Hoje sobre ele me Cravo

Eternidade não existe
Nem tampouco distância

A vida atrita esperança

Vou-me hoje
para mais longe de ti
Vou-me hoje
pois estou certo
De ti.

Hoje, estou certo de ti.
 

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