você poderia perguntar:
o que você quer comigo?
e eu diria aquilo que te amedronta:
eu quero lhe fazer um filho.
e então você me olharia
ressabiado
e eu diria
tudo bem, pode ser filho imaginário
poético, pode ser filho abstrato
e então você sorriria
pensando que eu desisti do meu sonho
e eu diria
é sério
quer ser pai comigo?
e então você secaria
daria um passo para trás
e pensaria numa desculpa
nunca antes dada
mas eu te anteciparia
e partiria, sem medo
deixando você solto
na mesma esquina escura
da primeira vez
em que disse
gostar de você
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