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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Perfurme

Seu rastro permanece dormido em meu travesseiro.

Durmo sobre o seu cheiro
e se quero
nele me sufoco e conservo
em delírio
apaziguado

Sua falta me faz força
me ergue o dia
e me tomba
ao seu fim

O que fazer
O que fazer, meu deus,

de mim?

Permaneço lento e calmo
para não afugentar da cama
a pista mais concreta
que você deixou

Respiro calmo
Fecho as janelas
e durmo lacrado
para não chamar ao jogo
o vento

É você aqui
de pé e deitado ao meu lado
É você assim
em perfume marcado

Que faz o sol nascer e a lua
sentir frio.

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