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quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Oi, pai -


Decidi te escrever, pois já faz alguns meses desde a nossa última conversa ou troca de mensagens. Fiquei esse tempo todo sem falar nada, sem te responder, pois fiquei muito ofendido com as suas ações e falas no grupo do WhatsApp da família. Continuo ofendido, me sinto desrespeitado e, ao perceber que o senhor se comporta de um modo duro, orgulhoso dos erros que comete, a única vontade que tenho é a de ficar calado, não falar, não te ouvir etc.


Mas te escrevo porque também não gosto, em vida, de estar povoado por sentimento ruins. Nas duas vezes em que estive na sua casa, quer percebesse ou não, você chamou o Benjamin, meu cachorro, de "viado". Pai, é inacreditável que isso possa sequer ser imaginado. Quem, em sã consciência, diria isso? E com qual propósito, pai? Eu só consigo imaginar que o seu propósito foi mesmo o de me ferir. (O senhor tem condições para fazer uma terapia, não tenho dúvida que te faria muito bem ter alguém para conversar, para te ouvir, para te dar algum contraponto).


Essa mensagem, no entanto, é apenas para que você saiba que estou magoado e que não tenho problema algum em te perdoar. Você, provavelmente, nem está preocupado com isso. E não acho que precise se preocupar. Está tudo bem, continuará tudo bem, mas algo mudou desde aquele envio de mensagens bolsonaristas no grupo da família. Perco alguma confiança em você, perco alguma vontade de saber de ti, afinal, as coisas que você diz - que você prega, que você reencaminha - são justamente aquelas que querem acabar com a minha vida, são justamente aqueles "valores" que me tornam uma pessoa indigna neste mundo, uma pessoa que não mereceria viver uma boa vida.


Espero que o fim do ano seja bonito e especial para você e toda a família. Estou disponível para conversar, mas não acho que a conversa seja uma característica que marque a nossa relação entre pai e filho, certo? Bom, continuo a acreditar que é na vida em que mudamos e amadurecemos.


Fique bem.


Com carinho,

Diogo


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