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terça-feira, 30 de abril de 2013

seis anos

bruxa keka do oeste estrelado,

o teo me lembrou
dessa data comemorativa
dessa tinta invísivel
a rabiscar nossos calendários.

seis anos, né?
quem nos diria...

o que te escrever?

você me vê neste quarto
quase nu
tomando café
e empurrando o segundo
no qual acenderei
o último cigarro
deste amassado
maço.

o que te contar?

se você se inscreve
por entre as dúvidas
por entre os lapsos
dos passos
dos beijos
e laços
nos quais
cotidianamente
me faço.

o que te pedir?

se o teu silêncio
é profundo
e mora longe
lá onde - dizem -
sequer existe o mundo.

o que te firmar?

se viraste o sono
de ponta cabeça
e fizesse dos meus sonhos
morada espessa
para nosso encontro
contrabandeado
ao infinito do túmulo.

se eu te amo
se eu te sinto falta
se isso ou aquilo

sabe?
não importa.

carrego cravado
o invisível laço
que não tolera explicação.

a vida
depois de você
ficou hiper sentida.

fecho os olhos
chove escuro aqui dentro
mas é porque é noite
só isso

no amanhã
cedinho
faz-se luz
para clarear
esta escuridão
de todo um século
de versos brancos.

para kekes.

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