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sábado, 27 de abril de 2013

arranho

o silêncio
no qual dormem os mortos
desse prédio

como pode o amor
ter lhes presenteado
com o sono?

sigo amando
e onipresente
me transmuto
em presença
exasperada

não
não me venha a multa
não me venha a grade
a lacrar
sacadas

acerto a cinza
do cigarro
na boca curta
da garrafa
esvaziada

alto
opero o instante
com precisão
doentia

inevitável, não?

fazer silêncio
quando opera alegria?

durmo
de olhos abertos
arranhando o ar
com a nossa ousadia.

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