Saberiam ter ver
Com a duração
Da sua calma?
Saberiam ficar
Nos seus olhos
Como fossem casa?
Saberiam não correr
Não fugir nem se abster
De...?
Quase sei que já não.
Meus olhos temem que meus medos possam vazar por eles
Por isso atuam, delicadamente desesperados
Como se pudéssemos nos distrair de qualquer traição
Por suspeitar por intuir por desejar
Por colocar em questão por pensar
Demasiadamente pensar e pensar e pensar que...
*
Dou-me o direito de te olhar
Como quem é nutrido
Por sua calma.
Calo a boca, sossego o peito
Tente aprender com esse homem
O privilégio do sossego.
Confio na sua história
Confio no desinteresse em tornar esta vida
Ópera,
Não a tornemos
Luzes acesas
Se é uma fase pela qual cruzamos
Que nela haja outra imagem
Outro par de versos
Que as tintas sujem o cobertor
E os gatos venham tomar leite
À janela.
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