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quinta-feira, 8 de maio de 2025

De todo

Seria eu uma tabacaria
Em plena vapor
Aberta aos domingos 
E com salas especiais
Para meu rol de ansiedades 

Nela encontraria o afago
Não para romper mas para
Proteger instabilidades 
Como quem mantém no fogo
No cigarro eu me manteria 

E agora já faz quatro meses
E um ano, um ano e quatro meses
Contando 
Sem que eu fume e
Faço o que com tais ansiedades? 
 
Observo o corpo
Não parece transmutar ânsia 
Em nada
Que não apenas
Desespero

E pronto como um passeio
O ato de pintar a óleo 
Reluz
Na sua persistente 
Lembração

A ansiedade
Faz-me 
Esquecer
Não apenas da tinta
Também do gesto de transformá-la. 
 

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