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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Escrevo tudo enredado

Nem tento separar aquilo que nos costura. Você afunda nos meus braços procurando alguma cura. Haveria solução? O que nos acontece é o acontecimento, em si, incorruptível. Se se chama amor, se se chama paixão, se serás meu namorado ou não, importa? Sinto que não. Nunca antes vivi essa sensação. Estou calmo calmo. Eventualmente tremo um pouco, olho-me de relance no fino espelho da casa de banhos e ali estou: apaixonado, apaixonando-me. Você pode, veja bem, você bem que pode refutar esse nosso encontro. Sabemos já que a vida tem dessas coisas, sabemos o quanto podemos cortar coisas, braços, pernas, amores e seus sonoros cantos. Sabemos que sim, que não, que talvez, e cá estamos: à espera de nós mesmos. À espera de que esse amor seja o mais lindo de todos, o menos ágil, o mais honesto e verdadeiro. E depois há de passar. E depois passaremos um pelo o outro e aquilo que vivíamos intensamente vai-se esmaecendo, sumindo, restam alguns sorrisos, algum receio, rancores, talvez, haverá algo a nos lembrar que enquanto estávamos amando estávamos vivendo. 

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