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terça-feira, 24 de setembro de 2019

Aos furacões

Seriam feios
mas de beleza
já basta o vinho.

Seriam intempestivos
e não há filosofia alguma
nisso.

Seriam impávidos
e arrastariam tudo
consigo.

Parado no centro dessa casa sem alma
janelas abertas
espero sua chegada.

Sinto frio
apenas de cueca
pés descalços.

Penso no futuro que chega
e ainda se parece tanto
com o passado.

Aos furacões
envio meus sinais
(tão pequenos e tão frágeis).

Seriam magnânimos
e por nome teriam adjetivos
periclitantes e fabulosos.

Seriam históricos
pois depois deles
nada mais seria o mesmo.

Seriam o que quisessem ser
porque se soubéssemos como seriam
deixaríamos de ser.

Parado no centro dessa casa empoeirada
peito aberto
espero sua chegada.

Sinto medo
apenas porque esperar
não significa chegada alguma.

Penso no quanto penso
e ainda assim me observo
consternado.

Aos furacões
solicito
que venham e me levem daqui
as soon as possible.

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