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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

FÉRIAS DE JULHO

24 dias fora de casa
12 viagens aéreas
1 voo perdido
1 voo cancelado
24 apresentações
de 5 distintas criações
1 apresentação cancelada
4 estados do Brasil
4 cidades diferentes
Pouco turismo
1 estreia no Rio (que ainda não vi)
1 estreia em Belo Horizonte
(que ainda não vi)
1 greve universitária
48 injeções de insulina
Algumas hipoglicemias
Roupa suja
Lavanderia
Reuniões e roteiros
Dramaturgia
Muitos táxis e ônibus
Novos encontros
Reencontros lindos
Abraços e mais abraços
Pilhas de livros e anotações
1 morte (de uma moça radiante)
Muita saudade
Alguma promiscuidade
Músicas novas
Muitas olhadas longas para o céu
Porções de silêncio
Porções extras de risadas
Cafés e cigarros
Confissões
Salada de fruta
2 ou 3 filmes
4 ou 5 peças de teatro
Alguns museus
Check in and out
1 roubo de celular
Aniversários
Acabou o shampoo e o desodorante
Muita cerveja
Pouco vinho
Muita água
1 picolé diet
2 aparadas na barba
1 corte de cabelo
1 crise de choro
48 ou 50 poemas escritos
e publicados

Agosto chegou
E eu de volta ao Rio
Para começar um novo semestre
Cheio de desejo
E repleto de dúvidas
sobre isso
de estar vivo.

Pois confesso:

As nuvens
Quando atravessadas
por tantas vezes
e por tantas asas
Produzem perguntas indevidas
Cujas respostas talvez nunca
Sejam alcançadas.

Sobrevivo em contradição.

sábado, 1 de agosto de 2015

vênus com 3 leões em júpiter


duradouro

cansei dos diários
perco um dia
narrando o outro
um dia eu perco
registrando
o que naturalmente
será esquecido,

sem pressa
sem exigências
exceto as do íntimo
que quer bailar
sobrevivido
em capturas
inconscientes,

eu hoje te olho
e você de mim
ausente
quer poesia maior
que esta
a do impossível?

encontro um amigo
outro amigo me chama
vou tomar um café
como pizza
sobre o lençol
branco
da cama.

cai uma azeitona preta

a cerveja congelou

eu cansei de fumar

eu amo dormir pelado
solto sob o cobertor

mas é que ganhei pernas
e quânticos braços
posso eu, eu sinto
entrar nos sonhos alheios
passear de bicicleta
trazer amigos antigos
para conversas
na penumbra
de estranhos teatros

eis algum movimento
este, o de se dispersar
apesar de tanta concentração

haveria outra condição?
haveria outra coisa
que não apenas essa

escrever?