Não, por favor, não quero me adiantar.
Não quero imprimir em meu corpo
Doenças que eu não possa curar.
Não quero antecipar o que não veio
Não quero me escrever no livro dos recordes
O teto estala
A casa pode vir abaixo
Mas essa dor concentrada na garganta
Não precisa ser tumor.
Pergunto se eu apenas venha a me cuidar quando o ar me faltar completamente?
Há alguma doença que me impede o cuidado a mim destinado.
A cinza do enésimo cigarro cai
Sobre o peito e me queima rápido
Sobre a cama branca ela se desfaz
E eu continuo inerte
Morrendo em poesia.
Haveria algum destino outro
Para alguém que viciou na vida
Sem rima?
Tudo tenta me tornar distinto
Mas o hábito virou desejo
E o que desejo hoje é só isso
Dormir morrendo
Para acordar vivo
Cheio de morte
Eu sigo. Até tombar
Ali na frente.
Que horror tudo isso.
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