Como você está?
Na cama, só de bermuda, cor azul, cerveja no copo, cigarro recém apagado, soltei um pum, estou bem.
Que sincero. Está lendo algo?
Sobre afeto. Filosofia. Voltei a ler Nietzsche.
Humm... E ouve alguma música?
Agora?
Sim. Mas durante o dia.
Ouço sim. Agora ouço uma moça cujo nome não vou revelar. Mas durante o dia ouço outras coisas. Não importa, pois música é uma coisa que não paro de ouvir. Voltei até a comprar CDS, acredita?
Acredito. Me fale: algum medo?
Medo?! Sabe, creio nunca ter estado tão destemido. Sei lá, talvez uma sensação boa de morte, um cansar da moral - ainda que só em tese - eu hoje estou mais afinado com o que sinto.
Não sei o que perguntar.
Era uma entrevista.
Posso apenas só te olhar?
Pode.
Obrigado.
Viu?
O quê?
Alguma coisa, você viu? Acontecer?
Passou o tempo.
Sempre.
Sempre.
Pois é...
Deveria ter dito outra coisa?
Vamos dormir.
Dormir?
Dormir.
Vamos dormir?
Sim. Cada um na sua cama.
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