Você que vem até aqui
Vem para o quê?
Não creio que venha
para saber de mim.
Não. Desculpe a sinceridade.
Aliás, a culpe se necessário for.
Porque é isso, não?
Você veio se ver só
que em mim refletido.
Esse é o nosso senso de união.
Um vendo no outro o próprio umbigo.
E não há nada de errado.
Aliás, não somos o erro inaugural.
A gente só está tentando se mover.
Mas é difícil
por vezes absurdo
e não faz mal, olha
Pode vir até mim
Venha sentir junto a mim
todo o seu mal.
Façamos encontrar nossas pendências.
Vamos dar no decorrer das horas
tempo
para dançarem destemidas toda e qualquer infelicidade
nossa
para cruzarem imprecisas - mesmo - toda e qualquer uma
memória.
Assim nos daremos a possibilidade da existência.
Assim pelo outro nos daremos a vida
daremos a morte
daremos a persistência.
Deixemos os olhos abertos, pois então.
Nem muito cerrados
nem muito vagos
mas sim e somente sim
à espera de ocupação...
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