Mas sem exagero
Te ouvi convocando a si mesmo
Dizendo pega os pedaços
Pedindo pegue-se no colo
Deve haver algum remendo
Possivelmente há
E nem escrevo para celebrar
Tristezas antes o faço para listar
Um dos pedaços que já brilham
Quando você imagina, Diogo,
Ser possível se pegar para descobrir
O que poderíamos fazer para esse
Estranho instante se desfazer.
Já está dado, não vês?
Que beleza é pedir a si mesmo que se pegue no colo a fim de algum conserto.
Que força, meu amigo, soa até exagero.
Tua estranha dor não é inoportuna
Ela te expõe, escuta
Você é esse aí,
Chora e brilha,
Sonha e liga,
Beija e dorme,
O balé vale à pena
Sabes que um segundo dura muito e que o sempre sempre passa
Então vai,
Num canto,
Cheio de vírgulas,
Pegue-se todo e por inteiro,
Aos pedaços se reúna e barroco
Chore-se
Estás mesmo precisando de um bom banho
Banho onde água quente ou fria não importaria
Banho lágrima que meio morno meio ácido
é só a vida
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