Algo escapa
Inclusive dele
Oh, tempo
Uma risada
(palavra feia)
Ou mesmo aquele brevíssimo toque
Seu na minha nua nuca
Algo escapa
E fora do tempo
Vira mantra
Penso assim
Que aquele instante
Que aquele brilhante
Aquele momento
Ingênuo de tão pequeno
Sobreviva imenso
Imenso, assim eu penso
Ascese improvável
Fé desmedida
Aquilo que gostaria mesmo
Era de tocar a tua pele
Toda
Enfim
Já é tarde no país da solidão
No país da ansiedade é carnaval
Passam-te tanto a mão
Que findas o dia no fundo mesmo
Sem sobrancelhas
Nunca mantenha os olhos tão assim abertos
Nunca diga sempre
Sempre o nunca e se quiseres mesmo saber
Não importa o antes, quiçá o depois
Estás aqui e acolá é logo amanhã cedo
Ouve
O passado te celebra se fazendo presente
O prazer ultra passado te reverencia
Junte-se ao poema, ele te pede
A pele rachando
O abafar das asas sonoras
A possibilidade de inteiramente desafinar
O estrondo tímido
O então é o então será
Impossível
Perfeito
Um adeus
Como se continua se o próprio poema não quer continuar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário