Ela me diz
Não tenha medo
eu continuo
Ela me pede
Olhos abertos
Venha, venha, venha de olhos bem abertos
eu obedeço
haveria em mim uma tal disponibilidade que mesmo em cansaço ousaria me surpreender
Ela me diz
Não sabes o que é
Fique então com o que poderia ser
eu sorrio
divirto-me com isso do vir a ser
Ela me pede
Sem tantas certezas
Vamos, jogue-se
e de fato há em mim algum pertencer que me estaca no instante e ali eu sobrevivo
Ele me conta
Sabes bem que nada disso dura muito
Ele me repete
Viver e morrer são apenas palavras duas para um mesmo rumo
em mim um escrito que não cessa, uma escrita que gasta as horas, uma escritura que me vaza da minha noção do que é meu, do que era mundo
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