Uma só avenida
Sem distinção deslizava
Do lá até aqui
Indistinto
Árvores as mesmas
Não percebeu diferença
Carros o mesmo
Mesmo se fossem lanchas
Seria tudo idêntico
Na ausência de surpresas
Ansioso por novidades
Um dia acordou e se indagou
Por que outra cidade se toda
Cidade lhe era sempre cidade?
Não soube responder
Mas seus olhos pareciam
Mais despertos
Ver ou não ver
Uma questão de sentir
Lamber os galhos secos cheirar
O abrigo do homem que passa degustar
O café duplo tão pequeno mesmo
A tua dicção a tua fruta isso
Não, isso lá não havia
Onde então a novidade
Que não apenas na tua
Sensibilidade
Ou
Não?
Sair de casa
Como quem mergulha
Em altíssimo mar
Meu amor
Viver feito aventura
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