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domingo, 15 de julho de 2018
Onde estariam guardados os tempos passados?
Onde estariam guardados os tempos passados que não apenas e unicamente neste agora? Onde viveriam as histórias vividas que não aqui? Onde moraria a violência que julgamos ter sido exterminada?
Olho às coisas todas; atravesso as ruas e suas superfícies; permaneço em outro duração mirando um mesmo aspecto de uma específica arquitetura. Há tanto ali, em cada coisa, há tanto que não dizer sobre. A vida sobrevive alheia ao vivido.
Se fantasmagoria ou não, importa?, um gesto quando já terminado, independente da época em que foi feito, segue ecoando, segue transformando e agindo seu ato. As coisas continuam, nem mesmo se delas fizéssemos cinzas, nem mesmo assim deixariam de estar aqui.
Não, não, não é mera previsão dos destinos, nem teoria do Apocalipse. O que digo, o que sinto, é que a minha, a nossa, talvez, a nossa capacidade em dizer sobre a vida é pouco perto da própria.
Dizer é sempre menos que o acontecimento e, no entanto, continuamos. Continuemos.
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