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terça-feira, 17 de julho de 2018
Consumado. Tudo foi consumado.
Consumado. Tudo foi consumado. A força, a fé, a ansiedade e o cansaço. Tudo tudo. Nada restou. Não. Restou. Algo sempre fica, sempre sobra algo. Palavras, talvez, uma confissão. Tudo deu tão certo. Tudo que é tudo pode sempre dar tão errado.
Uma dor ocupa minha cabeça. Integralmente. Estala em silêncios e em todo e qualquer movimento. Uma dor em minha cabeça me lembra algo importante: eu estou vivo. É no desfazer desse corpo que me compreendo ser que existe, ser existindo.
Consumo. Existência. Confissão. O garfo quebrado sobre o chão dessa pizzaria me recorda alegrias que já não existem; aproxima memórias de uma infância cheirando a ketchup. O que posso agora? O que poderia eu poder tendo este corpo sido já tão usado, já tão corpo moído?
Asseguro-me na dor. Dói tanto. Estou aqui. Sempre morrendo, sempre nascendo, sempre nunca e nunca sempre. Nunca sinto a gravidade do desabamento. Sempre desabo inteiro e confiante.
Sou mais eu me deixando de ser.
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