Chorava sobre o diário
posto sobre a mesa vazia
Chorava sobre as folhas brancas
sujas de leve pela tinta preta
e ressequida.
Chorava sobre as horas
sobre os segundos todos
chorava sem fim
enquanto segurava destemido
o pequeno diário
que em uma mão sua
suava de tanta opressão dos dedos.
Num segundo
sem motivo
mirou a imensa parede da sala
e viu no branco da parede
o seu novo abrigo:
deve haver dor maior que essa de chorar o já morrido.
E então começou a escrever
com tintas coloridas
aquilo que os verbos
nunca deram conta
de contar.
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