Não, por favor, não se sinta culpado.
Escute e sinta o próprio peito
e perceba: se você quiser chorar
É porque assim deve ser.
Você vaga dentro dessa casa
por ti, já tanto modificada
Mas é que seu peito não conhece
aquilo que seus pés pisoteiam.
Seu peito hoje apenas sente
o terreno baldio por sobre ele
A se instaurar.
Por isso eu te pergunto, Diogo:
quer chorar?
Você escova os dentes
Ouve a música precisa
Acende o último cigarro da noite
e da cama se aproxima.
Deve haver algum tipo de negociação.
Tem que haver.
Por que não?
Você desistiu do pranto
e entretido entre estas letras
Vislumbra, algo adiante.
A música se troca sozinha
e a batida agora te envolve
e abraça.
Eu estou terminado.
Pensei uma coisa de ti;
De mim outra coisa você pensou;
Eu estou feito.
Meu choro
Voltará
Mas não por ti
nem mais por mim
Voltará meu pranto
Por conta daqueles
que hoje dormem ao relento
que hoje passam fome
E sede.
Eu respiro
sem amor
sem amor
sem amor
Sem amor
eu respiro
Sem amor
eu respiro
Porque o meu amor
é mais vasto que meu peito
maior que o mundo
E que todo o seu medo.
Obrigado, mais uma vez,
versos meus.
Obrigado.
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