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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Maurício e Isabella

Ele disse nossa quanto tempo. Ela ficou muda, não fazia tanto tempo assim. Ele disse nossa você tá ótima. Ela dentro se perguntando o que ele estará escondendo de mim. Ele foi ágil, porém, logo logo percebeu. E ficaram olhando um para o outro, como se tentando adivinhar o que não seriam capazes de um ao outro dizer. Oi, Maurício. Oi, Bella. Me chama pelo meu nome. Eu sempre te chamei de bela. Não mais agora, eu não quero. Isso não é você quem escolhe. Eu estou pedindo, você pode? E você, pode voltar? Isso não se pergunta. Desculpa, eu achei que pudesse ser sincero com você. Discussão de casal outra vez. No entanto, sobre os dois, do lado de fora do café, batendo no vidro esfumaçado que filtrava o sol, dois pombos também discutiam a relação.

Pruuu. Pru? Pruuruu! Pru?! Pr... Pruhull! Pru! Pru! PruPruPru! Pruii. Pr? Pruiii. PrPr? PruPruuPruuiPruiPriPr... (Silêncio entre os dois) Pra! Pra?! Pr...U! Prau! Prui! Prui? Prau! Priu! I! I? Iurp! Iurp? IURP? IURPRIU? (Calam-se repentinamente)

Porque a incompreensão é algo genuíno por excelência.

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