Dona Catarra passou com seus catarrinhos. Ambos os sexos, catarrinho e catarrinha. Catarra tia, chamada Catarra Catarina, também passou catando os cavacos já quase caindo pela calcificada esquina. Foi quando fechei a boca. Só que lá dentro inda tossia. Fechei o céu por sobre eles. Todos todos. Primo tia irmão amiga catarro-cachorro. Fechei a boca e deixei meu íntimo em agonia. Fiz revolução, sem rima, ao meio-dia. Dentro catarra Catadora de Papel nada encontrava. Cada nesguinha de papel dentro da minha revolução se mudava. Papel virou rapel. Poeira virou mel(oso). Miguel virou Jacira. E Cristina se deu ao povo. A confusão reinava e catarra Catarina já enlouquecida. Perdida da família, ora vendo um Catarino filho voando pelos céus avermelhados daquela boca de nuvens sólidas. Catarra, mas todo mundo estará ouvindo. Catarra! Eu tenho vergonha, eu não me permito. Dentro a revolução se engomando, cada vez mais verdadeira, mais genuína, mais trepadeira, tomando o corpo, quebrando os copos, voando cuspe feito sêmen cheio de vírus-tryponassomacuspi. Dentro o corpo retido comia-se na ânsia de ser o mundo. Mas com a porra da porta fechada, catarros foram ruindo, pegando esôfago, nem muito depois se casaram no intestino. E então mais crianças catárricas foram sendo cagadas. Mas só ali dentro do corpo, que era dentro e fora, para quem do fora sequer suspeitava. Saí do ônibus, entrei no primeiro comércio e lavei as mãos num lavabo. Abri a boca, me olhei no espelho o suor lambendo a face, bebi da torneira do lavabo uma água tão mais suja quanto a minha devoção ao luto. À espera da cura pela anulação da dor. Eu estava contaminado. Outra vez de vida.
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